terça-feira, 29 de dezembro de 2009

era de me não conheceres que te vinham os sonhos, como navios sem rumo, a tecer as ondas de outras direcções, sem mar. onde estavas quando te perdeste? perdido antes de acontecer a invenção de te encontrares. agora ainda por aí caminhas, transeunte de ti mesmo, à espera que alguém te salve. por me não conheceres falas de mim como se me faltasse o coração. não sabes tu que dentro do peito, me cresceu uma fonte de lágrimas. talvez agora ainda penses fazer de mim sempre o que querias mas do teu querer já não se fazem as minhas emoções. quando te deres conta já não sonhas nem sabes de ti perdido noutros mares. vai ser feliz para outro lado. que deste lado de mim já não há espaço para te ver chorar, quanto mais sorrir. apodreceremos em lados opostos. estou cansada de ti, de te ouvir dizer que conheces o que nunca em ti soubeste existir - eu.

por: mar

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sábado, 26 de dezembro de 2009

resta-me: esperar. sento-me, levanto-me, caminho, deste lado da rua para o outro, a distância é de três passos. rua estreita. não sei de outra rua, não agora. estou desatenta, ou atenta a outra coisa. é a tua memória que me assalta, me arranca o coração do peito, é a ele que vejo agora, sangrando na calçada. onde estás. traz-me o meu amor, depressa, que o meu coração está fora.

por: mar

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

quase, quase, quase
nuvem ou céu. quase nuvem, apenas céu, tão simples como ter os pés enterrados em lume. quase chama. quase tu ou eu, ou nós dois a nascer ao mesmo tempo. quase um campo de tulipas, apenas desfeitas pela chuva, apenas chuva ou tão dezembro.

por: mar

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