sexta-feira, 21 de março de 2008

Escondida entre o Tempo


* foto de Ana Maria Russo


Falas-me baixinho entre a leveza dos instantes,
sussurro-te a verdade ao avesso,
tocam-se os sinos
e a esperança é a vagarosa percepção do mundo que nos separa.


Fiquei escondida entre o tempo, foram dias e dias inteiros a perder de vista o horizonte, a verdade, depois cruzei os teus passos e os meus e sem querer criei esta morada para me cruzar contigo no nosso preto e branco.
Aqui fiquei contando os nortes da tua ausência, partindo aos quadrados a distância e antes que se ouvisse um gemido, escrevi. Escrevi que o passar dos dias era triste sem me ter do teu lado, a verdade não fazia sentido, o eco não mais se ouvia e até a natureza se escondia perdendo a cor.
Aqui permaneci agitando a híbrida e incoerente necessidade de mim, fechei a porta à mágoa e desvaneci, dentro de mim o cheiro a ti evocava o meu verdadeiro eu, depois tudo se quebrou pela metade muito antes de eu reparar nisso...

Tocam os sinos...
benzem-se as falas,
o que está escrito conhece um lugar!



por: mar


2 comentários:

Blogger João Vasco escreveu...

Porque tudo afinal é a preto e branco, é a dualidade da vida, a sintonia vibrante dos opostos, a melodia dos contrastes. Sinto-me em casa.
Bj

21 de março de 2008 às 21:18 
Blogger Luís Leite escreveu...

Gosto da forma como escreves. Muito profundo.

24 de março de 2008 às 17:25 

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