sexta-feira, 25 de abril de 2008

Caso Raro


* Eu;


Na sombra de um olhar plantado está o trevo de quatro folhas.
Cresce?
Não cresce!
A minha sorte é como a Primavera em Moscovo!

Se estivesses aqui levava duas almofadas para a rua
e sentavamo-nos no meio da estrada a ver as estrelas no céu,
quando a imaginação trabalha
até duas lágrimas se transformam em braços que nos envolvem e nos sorriem.

Sou um caso raro, menina alada, já to tinha dito, caem os cachos dos meus cabelos como bagos de uvas que escapam das mãos do agricultor na altura das vindimas, os meus olhos são de um castanho eterno cobiçado por muitos castanheiros, quantos deles não gostariam de ter fechados nos seus ouriços estes meus intermináveis outonos! Já os meus lábios saciam a sede dos silêncios, carregam de palavras o mundo desfeito pelo pingo de suor das bocas seladas.

Guardei um gesto para ti quando quiseres descobri-lo
ergue aos céus o eco dos sucalcos e escava na terra as tuas pegadas.

Pinta-me no céu dos felizes, forma de anjo, conteúdo de anjo.
Nas penas das minhas asas escondem-se as sortes das tuas penas!


Não choro! Se a noite é a felicidade dos loucos serei eterna louca, viverei à noite! Julguei que os meus passos só conheciam uma casa afinal conhecem várias. Por onde caminhares um dia hei-de caminhar, o teu caminho é a minha vida escrita pelos teus pés. Onde estiveres um dia hei-de estar. Quero tocar o que tocas para me reencontrar!

Nunca estarás tão longe que eu não te possa ver com os olhos do meu coração,
nunca ficarás tão distante que eu não seja capaz de abraçar-te com os braços do amor.
Nunca!

Se um dia te vir na rua hei-de piscar-te o olho esquerdo,
sorrir ao de leve e esperar que me venhas abraçar!
Os meus braços estarão sempre prontos para te receber,
a minha boca continuamente alerta,
os meus olhos despertos para te olhar.

Chegarás montado num corcel branco e gritarás o meu nome destruindo as torres do castelo.
Meu castelo está em ruínas!
Não!
Enganei-me no texto, neste ainda nem sou princesa quanto mais rainha.








Um Caso Raro, para ELE

...

por: mar


7 comentários:

Blogger Carlos escreveu...

olá,
...gosto muito de te ler.
Claro, que já és, uma princesa,com um romantismo forte e com um «reino» de extrema poesia interior...que espera esse cavaleiro alado, para te abraçar em suavidade e paixão?????
Não chores mesmo, pois a loucura é rima da alma...

beijinho
e bom fim de semana

26 de abril de 2008 às 07:56 
Blogger (Un)Hapiness escreveu...

hoje o sonho foi teu

26 de abril de 2008 às 11:17 
Blogger Daniel escreveu...

Olá

Um testo extramente original, imaginação em alta! Encima a ilustrar uma bonita fotografia.
Tudo a merecer parabéns!
Empolgamento?

Daniel

26 de abril de 2008 às 14:54 
Blogger oMorte escreveu...

Brutalmente puro!

26 de abril de 2008 às 16:00 
Blogger Jorge Vieira Cardoso escreveu...

Guardei um gesto para ti quando quiseres descobri-lo
ergue aos céus o eco dos sucalcos e escava na terra as tuas pegadas.

A Foto, a verdade acelerada pela rapidez dos textos, conjuga-se cada momento em tentativa de balsamo, esfregado na ferida de um peito que dói, mas hoje a cara está aí, um rosto que exprime a poesia sofrida. No entanto imagino a duplicidade dessa melancolia dramática com que pintas o teu diário. Diário triste e belo...

Beijinho querida amiga e sustenta o teu sorriso em nós que adoramos ler-te...

27 de abril de 2008 às 14:05 
Anonymous Anónimo escreveu...

Olá Princesa!

Os teus textos são dignos de uma Rainha.

Simplesmente Divinal (como sempre).

Beijos...

28 de abril de 2008 às 17:12 
Blogger Josué... escreveu...

Tú és uma princesa e se o destino for justo, serás uma rainha.
Me fascinam as tuas palavras, tuas poesias, tuas imagens, você e tudo aquilo que a compõem.
Mesmo distante és presença marcante no coração desse ser que tanto lhe quer bem.
És encantadoramente um caso raro denominada Margarete da Silva, minha amada poetisa.

by Josué ( Brasil)

1 de maio de 2008 às 20:27 

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