terça-feira, 15 de abril de 2008

A falta que tu não fazes e aquela que sabes fazer...


* foto de Sónia Cristina Carvalho;

Não toquei os teus olhos, não os toquei com receio de não tos conseguir entregar depois, quando se ama assim não se toca nada com medo de se estragar tudo. Eu amo e não sou excepção, não sei se consigo, não sei se posso desprender-me das mãos que se abrem, do peito que bate, do coração que se sente, dos olhos que não se fecharam mais.

A falta que tu não fazes!

Conto as tuas histórias às pedras dos meus dias,
calo as tuas memórias nas madrugadas frias,
foste!

Reintegro a agonia dos dias,
decoro as peças do puzzle,
vens!

Se me tivesses ensinado a esquecer-te ou pelo menos a lembrar-te menos vezes, agora não me custava tanto saber-te longe. Acostumaste-me à presença delinquente, à proximidade irreverente, a ter tudo, a nunca sentir saudade de rigorosamente nada. O costume é dos maiores culpados da dor.

Sorriso aberto,
peito dilacerado,
amor a um canto,
sentado,
esperando-te!

Mãos em renúncia,
corpo entreaberto,
a vida em reviravoltas,
um segredo desperto,
esperando-te!


Pendura o teu casado no bengaleiro e enquanto chover dos meus olhos deixa-te ficar aqui.
Queres ir embora vai!
Não espero! Não danço! Se fores vai rápido, eu não te quero ver mais.


A falta que tu não me fazes é da cor dos dias,
de todos os dias que passo comigo,
não há ninguém no mundo capaz de me fazer melhor companhia.

Aquela falta que me sabes fazer é da cor das noites,
de todas as noitas que passo sem ti,
não há nenhum corpo que me possa aquecer senão o teu.


Queres ir embora vai!
Não espero! Não danço! Se fores vai rápido, eu não te quero ver mais.







por: mar


2 comentários:

Blogger Jorge Vieira Cardoso escreveu...

Se pudesse, se fosse ele, levantava-te o rosto, socorria-me das flores do chão e numa oferta de beijo quente embebido em sorriso de mel secaria os teus olhos num arrastar para esta dança.

se fosse ele era o que eu faria!

Beijinho carinhoso...

16 de abril de 2008 às 12:23 
Anonymous Anónimo escreveu...

Olá Margarete,

Sem querer ser repetitivo, sinceramente começam a faltar-me adjectivos para qualificar o que escreves e como o fazes.
Ou seja, eu simplesmente adoro ler-te.

Sobre este post resta-me salientar que é uma continuação dos anteriores.

Beijos.

16 de abril de 2008 às 22:59 

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