quinta-feira, 3 de abril de 2008

Labiar


* foto de Graça Loureiro;

Rasgo a tua pele,
sugo-te a delicadeza dos carinhos,
se compreendesse qual o caminho que precede um mimo há muito que o tinha percorrido.

Deixei eclodir, desabrochar a verdade no meu peito,
respiro a angústia deslavada que me percorre as veias,
antes que o amanhã me persiga quero sentir o teu toque.

Vibramos todos ao mesmo compasso, esquadrinho o romantismo do teu corpo e vagueio pelos teus lábios, sacudo o pó dos ombros da história triste. Folgo o conhecimento do sabor, os teus lábios percorrem sequiosos a minha pele morena e antes que se alcance o prazer exalo a quietude sufocante antes de balançar o meu corpo pelo teu fazendo a felicidade dançar.

Carrego a tristeza às costas,
uma bandeja de sonhos nos teus olhos.

Recua por favor!
Esta música é demasiado triste para ser dançada por dois corpos nus.
Não quero!
Não sinto!
Desisto de soltar as amarras que nos prendem,
cesso as palavras.

Pendurei os teus sorrisos no meu tecto estrelado, empenho o encadear solto dos beijos, lábios quietos permanecerão intactos, suspendi o vagar irriquieto e desapertei os botões da tua camisa antes de te abraçar a saudade. Na sideral dos beijos vence o dissabor dos segredos. Cintila e brilha a porta entreaberta.

Não entres!
Não quero sorrir-te, não quero respirar-te.
Acabou a fantochada, acabou tudo.

Quero labiar os caminhos enquanto tento tecer a verdade.

Rasgo o sorriso enquanto carrego no colo a tua ausência.
Vai, sai daqui!
Fica aí!
Não quero saber de ti enquanto saires de mim.




por: mar


3 comentários:

Blogger Jorge Vieira Cardoso escreveu...

Pendurei os teus sorrisos no meu tecto estrelado...

que charme de chorar palavras sorrindo frases!

Adorei!!!

Extra coment: se puderes visita nos meus LinK,s (Editorialnegratinta)

4 de abril de 2008 às 23:08 
Anonymous Anónimo escreveu...

Antes de mais, obrigado pelos teus comentários. São eles que me fazem continuar e me dão alento para continuar a exteriorizar as expressões da emoção e os estados de alma muito meus.
O teu post. Nada de novo ( e ainda bem), continua na mesma linha, com a mesma paixão na escrita, com a sensibilidade própria de alguêm que sente, que vê a vida com olhos de lince e um coração do tamanho do mundo.
"Não quero saber de ti enquanto saires de mim"... Simplesmente divinal.
Adorei!

5 de abril de 2008 às 15:22 
Anonymous Anónimo escreveu...

Olá poetisa, estou aqui visitando seu blog e adorei ler esse texto. Vc tem um estilo muito criativo, criando imagens inesperadas para conceituar algumas expressões poéticas. Estou adorando ler vc e qdo puder retornarei. Bjs e tenha um ótimo dia.

Helen De Rose.

11 de abril de 2008 às 17:29 

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