segunda-feira, 14 de abril de 2008

Se o adeus for para sempre


* foto de Índia Lua Selvagem



Roo as unhas,
miro a morte!

Se o adeus for para sempre,
mato o sempre.


Quero chorar os teus olhos no meio dos meus cabelos,
agitar as mãos em sinal de socorro,
abrir os braços para abraçar os teus lábios na minha boca.

Deixei de lado o ódio premeditado, soltei a penumbra dos gestos e respirei o ar puro do teu sentir, curvei depois os queixumes até ao limite com o desejo de matar a dor a segundos de mim. Toquei no fundo do ser em alarme, vagueei pelos teus segredos tentando encontrar um canto onde me esconder. Dentro de ti só se agita o vento e a vontade de o ter preso ainda em mim. Nas caminhadas do amor já nada se repete e tudo fica preso ainda aqui, por muito que o sempre dure.

Não me digas adeus logo à chegada
senão sabes o significado de partida.
Morri!

Morri as lágrimas geladas nas tuas pernas
quando me pegaste ao colo,
fitei o horizonte como se uma nuvem
em forma de coração se aproximasse.

Se um amor não pode ser para sempre, um adeus também não!

Escrevi-te a pele ainda ansiosa e parada, respirando os poros da minha, desenhei-te em formas de eternidade sobre o papel do destino que nunca rasgarei. Saltei de mim, sorri em mim com o corpo todo em perfeita harmonia com o tempo. O tempo é a suposta sugestão de quem se sente vivo. Imperfeito é o ser que não teme o tempo e as suas teias.

Roo as unhas,
miro a morte.

Sou o assassino do adeus.
Amo-te!





por: mar


4 comentários:

Anonymous Anónimo escreveu...

Olá Margarete :)
Devo confessar que depois de te ler me deixas algo inibido. Tanto que não consigo encontrar adjectivos para comentar os teus posts, de tal forma eles são profundos.

Em 1º lugar as fotos que utilizas estão sempre dentro de contexto. Esta não é excepção, alias, se me dás autorização eu vou utilizá-la (citando a fonte é claro).

De seguida, as tuas palavras estão carregadas de sentimento. Por um lado o Adeus, o medo, a inquietação e por outro o amor, o Amo-te quase sempre presente. Parece ser um paradoxo, mas da forma como estruturas as palavras é uma sinfonia perfeita.

"Abrir os braços para abraçar os teus lábios na minha boca.". é realmente divinal!

A tua questão... " O que hei-de eu fazer quando amor me entra de repente pela porta da frente?"
é realmente pertinente, mas já sabemos a resposta.

Uma vez mais, adorei, adorei, adorei.

Um Beijo e já agora "não te esqueças de ser feliz".

14 de abril de 2008 às 23:41 
Anonymous Anónimo escreveu...

Fico contente por ficares feliz.

O meu mail é publico, está no meu "perfil".
Não o vou reproduzir aqui para evitar qualquer tipo de spam. Sempre que queiras, sente-te livre para o utilizares.

Tentarei responder dentro do meu pouco tempo disponível. Mas de certeza que responderei, fá-lo-ei inclusivé com muito gosto.

Sê feliz :)

beijos.

15 de abril de 2008 às 00:06 
Blogger (Un)Hapiness escreveu...

bem, concordo com o comentário anterior...

tb me deixas sem adjectivos bah, ms como smp tão belo, tão intenso, com metáforas perfeitas...

:)

kiss

15 de abril de 2008 às 17:02 
Blogger Jorge Vieira Cardoso escreveu...

O tempo é a suposta sugestão de quem se sente vivo. Imperfeito é o ser que não teme o tempo e as suas teias.

Nem a perfeição se alcança! Nem o ser imperfeito está morto!
Cada amor vive-se com a imperfeição dos laços! Por isso o amarrar dos laços é tão somente a junção das duas pontas! Digo eu!!!

Sabes que gostei muito...

quanto à promoção do meu livro no Porto, quando for eu te direi e estou a contar contigo!!! Gracias...

Beijo...

15 de abril de 2008 às 17:17 

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