domingo, 15 de junho de 2008

a dança do salão do tempo

quero ser feliz enquanto te sussurro meia dúzia de verdades tão sólidas como o sentimento que carrego no peito. amor.
quero fazer-te feliz com estas mãos calejadas de dores e sofrimentos, com estes pés enlagrimados, com este corpo que só conhece uma casa, o teu. quero-te.
calo na garganta os gritos e os horrores indefesos por te querer assim tanto e acredito, com as minhas maiores forças acredito ser capaz de te embalar para sonhos bons num lugar encantado que construimos com a nossa pele. amor. se a vida for nossa e nos pertencer quero que ela se torne a tua face perto, a tua mão na minha, o nosso corpo. quero-te. se a vida for um caminho eu percorro-o se tiver a certeza que estarás a meu lado.
às vezes a servidão de passagem não me deixa ver o além horizonte e os meus olhos fixam este ou aquele ponto tão longe, tão longe que não consigo nem alcançá-lo com o olhar. perco-me. logo a tua mão me conduz contra o teu peito e respiro fundo pela tua boca, meia dúzia de silêncios que se evocam em melodias perfeitas. danço. meu amor eu danço nas tuas pernas e sou vagabunda de mim mas senhora de ti.
rasgo as penas de dores que se transformaram em galinhas. rasgo-as aos bocadinhos e deixo que a música alegre una as pontas deste cordel que é o amor. quero-te. ouviste? quero-te.
já não falo mais a língua do comum mortal, já não banco heroína sem motivo porque hoje faz sentido querer salvar o mundo, faz todo o sentido em ti. danço com o teu corpo preso no meu.
quando o amor assim dança nos salões do tempo não existem separações. páro. deito-me no chão contigo por cima e antes que a música acabe eternizamos o amor, unimos o sempre à vontade de o viver.
quero-te e amo-te.


para o luís

por: mar


5 comentários:

Anonymous Anónimo escreveu...

Um texto diferente.
Tudo menos preto e branco, antes as cores do querer da paixão e do amor.
Gostei muito.

16 de junho de 2008 às 00:06 
Anonymous Anónimo escreveu...

gosto sempre que a extensão da nossa dança, dos nossos corpos, é o reflexo do amor que leva a minha boca para junto da tua.

és, e repito, a luz do meu peito, a tão delicada quanto estranha certeza de um amor, nosso certo puro.

16 de junho de 2008 às 04:16 
Anonymous Anónimo escreveu...

Esse amor é muito intenso; deixas de te querer para o quereres... Se tu mesma

16 de junho de 2008 às 13:56 
Blogger Jorge Vieira Cardoso escreveu...

margarete tráz até nós duas publicações, que nos passos de dança, o salão do tempo confirma e memoriza AMOR com essas belas passagens escritas ["a dança do salão do tempo" e antes[luís.

onde esse AMOR é confirmado com o doce comentário de luis belo, num bailado de palavras...

beijo margarete

abraço luis

17 de junho de 2008 às 06:45 
Blogger Carlos escreveu...

Nada mais belo ...do que o amor , a entrega ....
tenho dito

:)

Bj

17 de junho de 2008 às 15:31 

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