quarta-feira, 18 de junho de 2008

tudo começou com a chuva de abril

meu amor não deixes que as tuas mãos de manteiga deixem cair o meu coração, ele é frágil como um cristal, pequenino como o amor inteiro que te cabe na palma da mão. meu amor a vida é este prato vazio onde a comida esborda e eu sem apetite. só tenho medo de acordar esta noite e ver que os meus sonhos são reais, às vezes a minha testa está tão quente que parece que tenho febre mas são as minhas lágrimas que se acumulam e em vez de cairem sobem-me à testa e bailam ali tresloucadas com medo de tombarem. se cair agora quebro-me toda, sou vidro. respiro pó e remoo o cansaço partindo-o pela metade. choro. deito-me no chão pintado pelas tuas cores nenhumas, não gosto de não te saber as cores. não gosto. não gosto de chorar mas por vezes tenho de insultar as lágrimas e tombá-las pela minha face só para que lhes doa tanto quanto a mim, inclino a cabeça e peço-lhes que caiam todas que eu já não tenho espaço na minha testa a arder. a minha testa é um incêndio de matas cheias num verão demasiado quente para sobreviver, bem sei que não gostas de calor.
meu amor não me deixes cair desta nuvem que pescamos com a chuva de abril.

por: mar


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