sábado, 30 de agosto de 2008
abismo
do lugar onde estou não se vêem pessoas, do lugar onde eu estou vêem-se bonecos a dançar numa caixa de música avariada, vêem-se animais presos numa cerca que se olharmos bem nem existe, vêem-se gotas de uma chuva que cai em agosto e ao longe, ao fundo da rua, vêem-se corpos mortos plantados num cemitério de horrores.
do lugar onde eu estou vê-se a vida que nos sobra.
1 comentários:
Abismo ou realidade abismal, tudo a mesma coisa. Evolução decadente e chocante, isolamento tecnológico e morte social, tudo a mesma coisa.
Tudo a remar na mesma torrente de entulho, imparável, implacável...
Damo-nos conta que da vida, dessa nossa companheira sempre presente, perdemos a noção de quanto tempo nos resta a seu lado...
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