sexta-feira, 19 de setembro de 2008

lugar comum

chego hoje aqui com o coração inchado, tinha tanta coisa para te dizer mas a estrada que nos separa rouba-me as palavras e prende silêncios nas veias do meu corpo. sinto nas vísceras os anos que passam, fotos de um rosto que pinto de ausências, escritos de um tempo num lugar comum, o mesmo de sempre, entre o tempo do salto e a vontade de saltar. fico por cá enquanto me habitam as certezas de um coração pesado onde boiam momentos que não aconteceram, dias que não se viveram, vozes que não se humanizaram. encosto-me ao ar, na densidade de um aqui ou agora, sinto muito pouco sem ti e morro. em queda livre sobre um espaço ferido, asa seca, flor murcha numa espera que me enterra o corpo triste. este sítio adensa-se na quietude de duas mãos que se dão, entre um cheiro a jasmim e uns centimetros de madeira de caixão, seca e envernizada com bondex. as mãos têm um lugar comum à porta das bocas, bocas que nunca se sentiram húmidas onde os lábios secaram beijos. nunca é tarde em tempo de lugar comum.

por: mar


2 comentários:

Blogger Ci Dream escreveu...

nunca mesmo linda...

beijo da ci

20 de setembro de 2008 às 09:06 
Blogger segredo escreveu...

Quanto pode pesar a saudade não é?
Beijo

21 de setembro de 2008 às 17:39 

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