sábado, 27 de setembro de 2008

melodrama

e é quando pouso os olhos sobre o tejo que eu te sei morto, nas carvalhas que se estendem em bolotas na calçada onde o outono se dissipa, nas ondas do mar ao longe que não sabe se há-de ser tejo ou oceano atlântico, no citroen parado, na roseira brava atrás do pátio da casa que sonhamos ser nossa. é quando me vejo aqui sozinha, perante uma lisboa em apuros, que me sinto a morrer na tua morte onde o consumo último dos gestos é a perpétua madrugada que me acolhe. fico, fico aqui parada com os berros de um comboio em movimento, com o fumo de alguns cigarros, com o peso de uma cidade melodramática. visto daqui tudo parece tão quieto, tão perfeito, que se eu não soubesse o tempo no meu pulso julgaria-o parado. fico por aqui, nada mais há neste mundo que me apeteça ver sem os teus olhos, nada mais há nesta vida que me apetece tocar sem as tuas mãos, nada. fico por aqui e o tejo, que sempre foi a vista da nossa casa será hoje parte dela.

por: mar


1 comentários:

Blogger luís escreveu...

perfeito.
*

27 de setembro de 2008 às 19:55 

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