terça-feira, 2 de setembro de 2008

proibido estacionar.

aqui está a vida, as pessoas são apenas sapatos, uma caixa velha onde chora uma colecção de cromos que já tinha esquecido, um par de patins, um aparador de lápis, a tampa de uma caneta, aqui a vida é tão fácil. o mundo é esta tijoleira e o meu espaço tem pouco mais de vinte centimetros. aqui é mais fácil ganhar a lotaria, para salvar pessoas só tenho de esticar um braço. os inimigos são pedaços de cotão, pequenos grãos de areia, alguns insectos. o cemitério fica ao canto e ainda é recente, os túmulos contam-se pelos dedos das mãos, uma família de baratas e uma aranha condenada à morte pelo supremo tribunal de justiça que é na verdade o meu pé esquerdo. eu sou feliz aqui e agora entendo porque as crianças se escondem debaixo da cama, ao contrário do que pensava, aqui está a vida.

por: mar


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