terça-feira, 14 de outubro de 2008

conheceram-se com o sol caído na montanha atrás da casa dela, escondida entre um bosque e um monte, no minho tão trás-os-montes que o riso ouvia-se melhor em vila real que em braga. ela sorria pouco ou nada e não acreditava já no muito que se falava do amor, esse maldito que havia roído as botas do seu pai em muitas partidas com regressos agendados para o dia seguinte. ele não estava habituado a ver de longe o que de perto nunca tinha visto e a sentir com o coração o que as mãos não podiam tocar, ele foi, talvez por impulso, talvez por um querer que interrompia o tempo impedindo a noite de cair, e a tristeza dos dois caiu-lhes aos pés com o cessar das lágrimas. já tarde morderam as vozes primeiro mudas depois em gritos, soltaram os cães que traziam presos nos pés há anos, ela não viu a lua subir no céu e pintar a noite de cores mais claras e o sorriso dele, rasgado no rosto, entrou-lhe pela janela e aconchegou-se ao seu nome, ficou, ele ficou e ela quis. 

por: mar


0 comentários:

Enviar um comentário

< home










mar


sobre este mar:

estrelas do mar
maré cheia
um mar de fotos
lugares do mar


arquivo:

março 2008
abril 2008
maio 2008
junho 2008
julho 2008
agosto 2008
setembro 2008
outubro 2008
novembro 2008
dezembro 2008
janeiro 2009
fevereiro 2009
março 2009
abril 2009
maio 2009
junho 2009
julho 2009
agosto 2009
setembro 2009
novembro 2009
dezembro 2009
janeiro 2010
fevereiro 2010
março 2010
junho 2010