quarta-feira, 1 de outubro de 2008

corro para não me sentir só, 
o corpo a rasgar o espaço, 
a quebrar o tempo. 
corro um mar em apuros aos saltos no peito 
e elevo-me como se tivesse asas, 
ou como se um pássaro me levasse. 
às vezes tenho saudades de ser feliz e corro, 
talvez para me esquecer do que me lembro sempre, 
talvez para me esquecer de mim ainda que me não lembre nunca. 
corro. 
a areia prende-me os pés mas mesmo parada 
continuo a correr contra a vontade de me manter perto. 
de longe será mais fácil
esta dor entre os braços de água que me envolvem.
corro para me abandonar,
o corpo a cair devagar, devagarinho, 
que há tempo de sobra para morrer.

por: mar


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