segunda-feira, 6 de outubro de 2008
à morte na noite.
às tantas morro.
quando a noite perguntar se as horas esperam à porta da boca o beijo, responde-lhe que a espera é a melhor amiga da esperança e se um dia ela te disser que eu fui para outra porta, derruba-lhe algumas estrelas, tenta sequestrar-lhe a lua, há-de acabar por confessar que foi ela que me levou.
às tantas o corpo morre, devagar no parapeito de uma janela, enquanto esperava que os sinos tocassem e o antecipassem a cair mundo abaixo. às tantas já passa da hora de serviço e o sacristão dorme sossegado, enquanto o sino que deveria tocar morre com o corpo estatelado contra o chão da praça. talvez alguém grite, por muito, por tanto que deveria ter dito, talvez alguém chore, baixinho, a vida que deveria ter tido e talvez tu passes, no meio da noite, tu vejas o corpo e te sintas morto, talvez. talvez a noite te diga que fui para outra porta.
2 comentários:
olá margarete. li este pooema no luso e corri para o teu blog comentá-lo. gostei do desenho das palavras.da mística que desenvolves em cada palavra. não há palavras a mais. todas pertencem ao mesmo sentimento.
bjs.
Talvez...talvez...
lindo Margarete!
Bjs*
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