sábado, 1 de novembro de 2008

encosto-me ao desfiladeiro que há nos teus braços, o amor é isto, pousar o corpo todo no teu corpo e inclinar-me cada vez mais na falésia, sem medo de cair, sem medo de virar corpo desfeito ao fundo do vale, ficar com as mãos presas entre as tuas e apodrecer os gesto, congelar o sorriso no rosto e saber a que sabe a felicidade como se a felicidade tivesse algum sabor. de onde estou não se descem as colinas, sobem-se os montes, talvez por isso é da inquietante melodia dos teus passos que se fazem as veredas. páro de falar. não quero construir silêncios nos equinócios agora que tudo parece tão perfeito. é clara a imagem, pietá imaculada, virgem sem ventre, o teu colo e eu sobre ele, depois descem as cobras, serpenteiam por entre os teus lábios e é nas têmporas inchadas que a dislexia das palavras se completa, para sempre. o amor é isto, grito, enquanto os ossos do meu rosto se encaixam na tua pele. amar-te é tarde como um dia de dezembro. 

por: mar


1 comentários:

Anonymous Anónimo escreveu...

Olá Margarete,
Obrigado pelo prémio atribuido. Devo dizer-te que me sensibilizou e me deixou um sorriso nos lábios.
É sempre bom ler-te, vou fazê-lo sempre, mesmo que na maior parte das vezes não comente.
1 Beijinho.

1 de novembro de 2008 às 18:41 

Enviar um comentário

< home










mar


sobre este mar:

estrelas do mar
maré cheia
um mar de fotos
lugares do mar


arquivo:

março 2008
abril 2008
maio 2008
junho 2008
julho 2008
agosto 2008
setembro 2008
outubro 2008
novembro 2008
dezembro 2008
janeiro 2009
fevereiro 2009
março 2009
abril 2009
maio 2009
junho 2009
julho 2009
agosto 2009
setembro 2009
novembro 2009
dezembro 2009
janeiro 2010
fevereiro 2010
março 2010
junho 2010