sexta-feira, 21 de novembro de 2008

era talvez por isso que eu te amava, o teu modo invulgar de cruzar as pernas, o jeito perspicaz com que me olhavas e depois o segredo, no mais íntimo de ti encarcerado, as cores que a cidade tinha nas tuas mãos. tudo era perfeito e o amor parecia-me fácil, simples como o teu reflexo nas minhas lágrimas. chorei muitas vezes por ti mas isso não interessa nada. certo é que foste, talvez tenha sido o vento a levar-te ou quem sabe o mar com as suas ondas, mas da tua partida não relembro outras formas que não as da tua mão erguida a acenar-me. em nós tudo poderia ser perfeito como a noite enterrada no teu peito mas, meu amor, quem parte, parte-se ao meio. da metade que de ti me restou sobram algumas memórias curtas, coisas para se chorar com tempo sobre um álbum de fotografias, há quem diga que és feliz, eu não sei sequer onde estás mas se me ouves, se podes porventura escutar-me, peço-te: não voltes, que se voltas matas-me outra vez e tu já levaste as minhas sete vidas .

por: mar


0 comentários:

Enviar um comentário

< home










mar


sobre este mar:

estrelas do mar
maré cheia
um mar de fotos
lugares do mar


arquivo:

março 2008
abril 2008
maio 2008
junho 2008
julho 2008
agosto 2008
setembro 2008
outubro 2008
novembro 2008
dezembro 2008
janeiro 2009
fevereiro 2009
março 2009
abril 2009
maio 2009
junho 2009
julho 2009
agosto 2009
setembro 2009
novembro 2009
dezembro 2009
janeiro 2010
fevereiro 2010
março 2010
junho 2010