domingo, 14 de dezembro de 2008
braga para ser braga tem o escadario dos teus braços, esguios, mansos como os cedros ao longo da estrada, e por ser braga tem a tua boca no verde caiado nas paredes das casas, nos muros que se erguem para lá dos nomes, onde se matam sorrisos a tiros de caçadeira. e por ser braga é tua e minha, a cidade dos teus olhos, amena como tempo, pintada de chuva às vezes. e braga és tu e eu de mãos dadas, a atravessar comboios à velocidade de qualquer falta, a levantar silêncios e a elevar ausências. braga para ser braga nunca terá o meu regresso, nem na pressa nem no vagar, será uma flor murcha na lapela, um cântaro vazio à beira da fonte, um rosto perdido no meio de uma multidão. e para seres braga tu despes-te de mim e desces a calçada com o coração caído, o corpo tombado na rua deserta e morre-te braga no olhar, defronte, com o amor entalado entre as quatro paredes de um corpo que é uma casa inabitada.
1 comentários:
Mar,
Venho aqui, quando há algum tempo que não o fazia...
Mais um belo teu acabo de ler, continuam intactas as suas brilhantes capacidades de escrita.
Ontem ocorreu o III Encontro Luso-Poemas, em Lisboa (no Campo Grande), que coincidiu com o lançamento da Antologia. A Margarete está lá...
Correu tudo muito bem e tive a oportunidade de conhecer alguns membros do Luso.
Se quiser, pode ler um pequeno texto que eu por lá postei sobre o evento.
Beijo para ti, com o sentimento de que tudo lhe corra bem.
É verdade, houve um tempinho para leitura de algumas obras do livro (li um poema do Henrique Pedro) e a Margarete também foi lida.
Beijo grande Mar.
AntónioM.R.Martins
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