segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
de pé com a manhã balancei alguns medos, corri porta fora com o coração nas mãos e congelei a pele, do corpo inteiro, cravada de arrepios duradouros. depois de alguns minutos recuei onze tempos mortos entre os pés. fui. talvez porque acredite que ainda é possível quebrar o mundo. fitei o fim da rua, o fim da vida, tão breve como o voo das gaivotas, daquelas que te comem as penas no corpo ferido de ossos. e creio, amor, ter visto abutres, sobrevoarem o meu corpo abandonado e ali, a alguns, poucos, centímetros do passeio, me debicarem as saudades, encherem o papo de faltas. soube eu, pela manhã quieta adentro, que é possível ser pássaro sem ser ave, até porque nem todas as aves são rapinas.
2 comentários:
Que bom voltar a ler-te!
Hugo_Pinto
os teus textos sao normalmente carregados de emoçao, de sentimentos intensos, nem sempre felizes mas intensos... e como é bom "ler te!"
Beijinho de lua
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