domingo, 18 de janeiro de 2009
escrevo-te um bilhete, na verdade nunca gostei muito de cartas. podia cola-lo na porta do frigorífico se tivessemos frigorífico, ou se tivessemos casa onde ter um frigorífico, ou se tivessemos rua onde ter uma casa. nunca soubemos abrigar o nosso amor. o papel está roído num canto, foi um rato, um dos muitos que habitam este não abrigo. serei breve, já me cansei de arrastar palavras e sentimentos.o que tenho para te dizer é simples: hoje estou triste. estou bem mas estou triste e não há forma mais dolorosa de se estar triste. acho que alguma coisa apodreceu dentro de mim, agora que penso, estou certa de que foi o coração, tenho uma ferida no lado esquerdo do peito.
a minha tristeza afasta-te, é por isso que a não alongo em cartas.
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