domingo, 11 de janeiro de 2009
tenho pensado muito em ti. talvez porque agora já não posso abraçar-te e há lesmas lentas a arrastar, na pele, a saudade. talvez agora a tua lembrança me doa e me morda as extremidades do corpo, é por isso que me sento, atrás do teu sorriso, fico, com o cotovelo encostado à tua ausência, a tecer meia dúzia de carinhos, a aquecer a vida, a estranhar-te a imobilidade. tenho as pontas dos dedos rijas. não sei por que medos me tremem as mãos, de que afectos se pintam as dobras dos dedos, de que rugas se amortecem as quedas de um coração. mas sei que nada vale a minha saudade, nem o hoje que me parece demasiado pragmático, nem o ontem que sei demasiado longínquo, nem o amanhã a que chamo ante-ontem. porque tudo é calmo e vazio ao mesmo tempo... gostava, aliás, gostaria, de te chamar meu amor, de te abrir o coração em ferida e expulsar-lhe toda a tristeza, bater o pé à solidão que teima em coser-me o peito, mas neste momento não posso nem quero, preciso esquecer-te.
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