quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
nunca foi fácil fazer amigos, entender os pássaros, falar-lhes a minha solidão. sempre selei a boca a essas conversas, falas periódicas, decoradas até aos miolos. nunca foi nem nunca será fácil perder as asas em pleno voo, cair, estatelar o corpo contra o paralelo da praça e esperar, esperar um olhar antes do pneu de um carro, esperar duas mãos antes de uma segunda morte. a morte é violenta. a morte é quieta. a morte é pacífica e eu não quero morrer. nunca foi fácil ser pássaro, pelo contrário, sempre duvidei das penas, cruzadas, as penas cruzadas num corpo faminto de beijos. os ramos são-me largos e eu não caibo neles. a solidão é uma árvore nua.
1 comentários:
WHY???
foi o primeiro pensamento que surgiu... e foi surgindo... durante e no fim da leitura...
porquê??? porque "nunca foi fácil"... o porquê do texto... e... o porquê destas metáforas e analogias...
mas as árvores estão numa fase em que se vão colorir em breve, sorrir aos céus de braços abertos aos pássaros, que nelas irão fazer ninho... e novas vidas... novas esperanças, num momento de renascimento do próprio ser que se questiona... entre os versos transparentes... entrelinhas... esquecidos ou não escritos mas sempre sentidos...
beijo terno
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