sábado, 21 de fevereiro de 2009
o teu nome é pesado na minha boca, surda como as mãos paradas entre as curvas do silêncio. gritas: estou vivo. e partes. partes-te ao meio enquanto vertes meia-dúzia de palavras, pesadas como o teu nome na minha boca, surda como os silêncios na curva dos dedos das tuas mãos. tu balanças-te para a frente e cais um pouco, tu escondes-te por detrás dos ramos, o cedro é vazio como os teus olhos. então paramos de falar, nunca o dissemos mas secaram-nos as bocas, a língua dentro delas, os dentes todos, desertos como a astúcia das esperas. o teu nome, pesado, perdido entre algumas frases inacabadas, lançadas devagar depois da chuva, quando se aparta o tempo, se quebram as manhãs de sol. e depois. talvez hoje já não te lembres mas um dia fomos felizes.
1 comentários:
um cigarro num olhar para o lado e uma foto que se perde para sempre.
os teus textos deixa-me quase sempre a pensar noutras coisas *
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