terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
preso às barras do tejadilho do corpo ele espera. dobra-se em risos e a pele enrugada da superfície da face enche-se de gretas, está para morrer já há dez dias. o vento passa-lhe entre os dentes ralos e corta-lhe a ponta da língua, abrigo de palavras difíceis, desce-lhe pelo esófago e causa-lhe gases. não conta a idade desde o nascimento dos dentes do siso, está velho como as unhas dos pés. o velho que tem mais ou menos a minha idade e pensa com a franja do cabelo, aninha-se na antena de um rádio avariado e espera, morde o tempo, espera que ela volte para de novo lhe prometer o amor que nunca sentira.
1 comentários:
bom jogo de palavras. gostei do sentimento e da história.
exelente layout este blog.
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