terça-feira, 10 de março de 2009
de hoje para amanhã envelhecemos. primeiro tu: deixarás de ler as legendas dos filmes, não iremos mais ao cinema, raramente subirás as escadas do sótão e ninguém, nunca mais, lá entrará. então morrem-nos as memórias, saberemos que pertencemos um ao outro, mas esqueceremos o dia em que nos conhecemos, com o parque cheio de gente e tu ao canto, do fundo, encostado à cebe, relógio adiantado, rosto sorridente parado na corrente do rio, sem leito. quero adormecer com esta imagem, escrevê-la depressa, enquanto os ossos me deixam. quero desenhá-la, colá-la nas paredes de casa e ser velha, enfim, ser velha com ela mas não a deixar morrer.
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