quinta-feira, 19 de março de 2009
esta noite está fria e os dentes rangem, a madrugada, incauta, desprende-se da copa das casas ou prédios. na frente da rua, jaz como morto o meu corpo, na estrada parado, riso submerso nos vértices da pele, botões desapertados e camisa suja. estou farta. esta dor que é minha, que arde nas veias e queima o sangue, que adormece na garganta e me sufoca, esta dor pequena está parada à minha frente, esbracejando como que a pedir boleia. estou gasta como o alcatrão onde descalços se enterram os meus pés. e tu, que sempre foste são, hoje regressa-me e chega-te aqui um pouco mais. um pouco mais até caires na noite e veres por fim qual dor me acanha, me entorpe os sentires. chega-te. chega-te aqui. quero cair contigo outra vez. de novo. aqui. daqui cair de vez.
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