terça-feira, 31 de março de 2009
o que me consome: a espera. bordo algumas faltas, dessas que ocupam a casa e a rua e a cidade inteira. espreito, em jeito de quem já esqueceu, outros rostos, mas é o teu sempre que me aparece, por dentro da multidão, num aceno. confesso às vezes, num outro lado lunar, a saudade, terrível lugar este, onde me deixaste, e embora teimando sei que nunca hei-de regressar ao lugar onde me perdeste. por certo ainda lá voltas, ciclo após ciclo, à procura de sinais, escassos os sinais, escasso o destino, escassos os passos dos pés que colados ao chão me não deixam ir. e, todavia, haverá sempre um regresso, e as ruas invertidas voltam a florir, e o cheiro a alentejo traz-me de novo os passos, os teus, à procura de um espaço onde enfiar o tempo, onde não dizer: adeus.
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