segunda-feira, 17 de agosto de 2009

espero-te à porta com o coração nas mãos para te entregar. da minha história não falam estas paredes, ainda tão puras de mim, ainda tão brancas que nem o negrume da noite lhes traz um pouco do que tenho para te dar. quero que saibas que já há algum tempo espero por ti, pés adentro do corpo, alguma solidão entre as rugas das mãos e esta tão longa e dura melancolia. falar-te-ei da sombra crepúscular dos meus afectos, escrever-te-ei poemas entre os poros e vida fora dedicar-te-ei o meu silêncio, em penas ou prantos ou outros gemidos, entre noites mal dormidas e não jeitos de te amar. perdoa-me por não saber dar-te, de outro modo, o que me resta do que sou. ao passado deixo estas memórias, invioláveis, tão imperfeitas como as feições do meu rosto ferido de lágrimas. ao presente e ao futuro deixo os nossos corpos dados um ao outro, na mais perfeita sintonia de que já alguma vez se ouviu falar. 

por: mar


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