sexta-feira, 6 de novembro de 2009

trazia a noite entulhada no coração. da raiz das mãos ao cérebro era um compasso de arquitectónicos casulos onde fermentava sentimentos novos. julgo às vezes tê-la visto mais a leste, onde as mulheres costumam ir parir dores; mas não posso estar certo. um dia destes hei-de contar-lhe como a minha rua foi parar à dela ou como, dobrando a esquina pelo lado de fora, consegui alcançar a alçada da porta onde costura as extremidades dos corpos, tantos, que se quebram quando há despedidas. a primeira vez que encontrei a felicidade foi no seu colo, com a cabeça encostada ao seu ventre, a sentir tocar-me na face as recordações que a comiam. agora acho que me perdi ou ela se perdeu em mim, porque há decerto em mim um buraco negro onde se perdem as poucas pessoas que aprendo a amar.

por: mar


1 comentários:

Blogger júlia escreveu...

raridade?, você.

13 de novembro de 2009 às 23:20 

Enviar um comentário

< home










mar


sobre este mar:

estrelas do mar
maré cheia
um mar de fotos
lugares do mar


arquivo:

março 2008
abril 2008
maio 2008
junho 2008
julho 2008
agosto 2008
setembro 2008
outubro 2008
novembro 2008
dezembro 2008
janeiro 2009
fevereiro 2009
março 2009
abril 2009
maio 2009
junho 2009
julho 2009
agosto 2009
setembro 2009
novembro 2009
dezembro 2009
janeiro 2010
fevereiro 2010
março 2010
junho 2010